Ao longo dos anos, desenvolvi meu histórico profissional como um tripé: pesquisa, trabalho clínico e divulgação científica. Suponho que parte desse interesse tenha relação com minha família extensa. Meus avós eram imigrantes (Lituânia, Polônia e Áustria). Meu avô materno era professor e pesquisador de química em Viena e veio para o Brasil, pouco antes da Segunda Guerra Mundial. Minha avó materna, única dos quatro avós nascida no Brasil, foi professora primária por 25 anos. Meus avós paternos, ainda jovens, imigraram para o interior do Rio Grande do Sul, indo trabalhar em colônias agrícolas. Carregavam na bagagem, a cultura judaica cultivada nas aldeias da Lituânia. Casados, mudaram-se para Sorocaba, onde tiveram, por anos, um pequeno negócio.

Nos dois lados da família, o amor pelo conhecimento e pelo estudo era patente. Isso permaneceu e se desenvolveu com meus pais. Minha mãe é jornalista de formação e autora de mais de 50 livros infantis e juvenis. Meu pai é professor titular aposentado de História pela Unicamp, escritor e editor. Assim, leitura, aprendizado, curiosidade, conhecimento sempre foram uma parte central da minha formação.

Acredito que a rotatividade do tripé profissional acima mencionado, resultou que uma atividade fosse beneficiando e enriquecendo as outras. Participar, ler e escrever sobre pesquisas científicas em saúde mental, por exemplo, me mantém informada sobre as inovações mais relevantes para a atividade clínica.